quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ainda te amo

Ainda te amo
Ainda te odeio

Nas minhas veias,
No meu sangue,
Espectáculo visceral...
II Acto
Brutal.

Inesquecível coração...
Coragem sim,
Amor não.

Incansável desejo,
Desdita loucura
Se ainda te amo...

terça-feira, 3 de maio de 2011

21.04.11



Ele deleitava a sua boca em tabaco; dependurado na sua arrogância revestida pelo sobretudo moriniano, que lhe realçava uma elegância cuspida mas sábia.
A mim irritava aquele desprezo; mas naquele dia a egoísta era eu.
- Mas que coisa! As pessoas parece que cresceram ontem! Mas em que mundo é que vivem?!
Ele mergulhava em dopamina, olhando o cigarro, parecendo não ouvir.
- Nasceram! - Eu, cega, não ouvia.
- O quê?!
- "Nasceram ontem"! É o que se costuma dizer.
- É a mesma coisa! (Ele encolhe os ombros) As pessoas pensam que sou alguma criancinha?! Tenho 24 anos! Sou uma mulher!
(Encolhe os ombros segunda vez)
- Tens cara de miúda! Como queres que os outros te tratem?
Eu não pensei. Pensou a minha mão por mim, que atravessou o sobretudo até à sua Praça Principal.
O cigarro sobressaltou-lhe. O seu corpo tremeu. Ele sorriu.
- És mesmo uma mulher!
Nessa tarde fui uma mulher. Fui apenas aquilo que sou.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

24.08.10


O sol é um licor que bebo de um só olhar
Evidentemente me persegues
A tua alma procura a minha
E eu gosto dessa ilusão
de seres a minha sombra.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Gloomy Sunday


Esta música foi composta em 1933 por Rezso Seress e tornou-se uma verdadeira lenda húngara. Dizia-se que levaria ao suicídio quem a ouvisse. O próprio Seress e a mulher tiveram esse fim.
Mitos à parte, esta lenda levou vários músicos a criarem novas versões.
Deixo-vos a da minha diva Björk...

Woody, o mestre

"Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central,serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilá!" - desapareço num orgasmo ..."

Woody Allen

terça-feira, 17 de agosto de 2010



O vento arrastava o sabor dos pêssegos, esse que entrava pelas minhas narinas enquanto a minha imaginação te saboreava no meu corpo.
Passaste por mim e eu saboreei-te, como se de um pêssego me tratasse, encharcado de paixão.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu, em mim mesma

Quem sou eu? É o desafio que se impõe...
E no fim de contas é esse desafio que acompanha o Homem ao longo do seu caminho: procurar-se, questionar-se...Talvez seja isso que eu sou. Uma eterna pergunta, até para mim mesma.
Posso apenas expressar-me através de sensações, através da palavra, através dos sentidos...
Não sei se gosto da vida, mas gosto do que me dá vida...Gosto da água, do chocolate, do sexo; dos passeios do fim de tarde quando o sol ainda irradia sorriso; gosto de viagens, gosto de campo, gosto da praia ao pôr-do-sol; gosto de dormir nua da cintura para baixo nos dias de calor; gosto do riso de uma criança e de espreitar o gato do meu primo na janela...Gosto de mim, à minha maneira; gosto de fantasia, de viver a ficção na realidade, pois a vida é uma longa metragem em que somos a personagem que escolhemos. Gosto de teatro, vibro com a cultura, deliro com a música erudita e com rock alternativo; gosto de me fotografar com palavras, de me rasgar com pinceladas a pastel.
Gosto que me elogiem, gosto de me criticar; aprecio a simplicidade e a honestidade.
E gosto de escrever. Gosto de me pintar assim, com palavras simples.
Quem sou eu?!
Sou apenas eu, em mim mesma.